sexta-feira, 3 de outubro de 2014

este blogo só quer saber de blockbusters


mestre Cruise, um verdadeiro "auteur".

Edge of Tomorrow é uma maravilha de mcguffin (como, aliás, têm sido os últimos filmes do homem): elaborar um argumento qualquer (preferencialmente, um "filme-conceito") que depois gire á volta do maciço narcissimo de Tom. Edge of Tomorrow, então, vai talvez ainda mais longe nesta proposta do que qualquer filme anterior do gajo (mesmo até do que aqueles "filmes para gajas se masturbarem" dos anos 80, como o Cocktail e derivados), com uma história "interessante" e uma realização "em que se cumprem os cadernos de encargos" que apenas estão, a cada minuto que passa, a glorificar a verdadeira aura inquebrável da sua estrela. É simultaneamente inane, irresistivel, circense e magnífico. O final, então, é de uma desfaçatez que muito nos apraz, como se Cruse tivesse numa de moer o juízo por puro prazer aos seus detractores, que nós não somos, indo ao ponto de esclarecer que acaso tivesse uma filha adolescente e a apanhasse a enfiar uma banana na cona enquanto via o Drive, a trataria logo de repreender de forma injuriosa e implacável, mandando-a logo para a sala ver o Vhs do Cocktail.